Por: Prof. Eduardo Ubirajara (FANESE)
Dia 3 de Junho – Dia do(a) Profissional de RH. Lauer1 (2012, p. 1) faz a seguinte assertiva:
“Nunca o capital humano esteve tão valorizado nas corporações. Desenvolver pessoas, manter um bom clima organizacional e reter talentos são algumas das responsabilidades do profissional de Recursos Humanos, que vem ganhando maior espaço nas empresas por apresentar, nos últimos tempos, um posicionamento mais estratégico.”
E prossegue alertando para o fato de que, sob o ponto de vista técnico, o(a) profissional de RH necessita desenvolver a noção de cliente interno, assim como a de colaborador, capital social da empresa, associado entre outros termos, que poríamos aqui. E isto significa ter a consciência de que a empresa não é feita apenas de proprietários e gestores, mas de todos os stakeholders que a servem e que por ela são servidos.
Aí, lembramos que o foco apenas no produto ou no produtor não basta para convencer clientes internos e externos. As pessoas estão, cada vez mais, relacionando-se pela internet, pelas redes sociais, estudando mais, lendo mais sobre as diversas manifestações de buscas de direitos e obrigações da sociedade. Ninguém quer ficar por fora das crises e mudanças correntes no mundo. E, ao dominarem, nesta era da massificação das informações, novos conhecimentos, as pessoas querem ser tratadas como gente, como humanos capazes de entender as peripécias e perspicácias, também, dos produtores de saber.
Compreendendo melhor o mundo e seus semelhantes, o profissional de RH busca se promover, não só através do marketing pessoal, visual, intelectual, mas, principalmente, através de suas atitudes junto aos demais líderes e liderados da empresa, com o devido equilíbrio de quem, antes de “mandar”, estuda cada semelhante de seu quadro, de sua empresa, e luta para promover o crescimento desta, através do desenvolvimento profissional, ético e motivacional de seus liderados – fazendo bem o endomarketing.
Diria, até, seguindo alguns princípios de Jack Welch2, um dos líderes empresariais mais bem sucedidos do século XX, que ser um RH respeitado é conseguir envolver todos ligados à empresa nos processos decisórios da mesma, fazendo-os conhecer as ideias de todos, com a necessária transparência organizacional, onde a confiança e a comunicação compartilhada são peças indispensáveis.
Dan Sanders (2011, p. 129-139)3, que foi militar, piloto das Forças Aéreas dos Estados Unidos, mas que estudou sobre liderança, marketing e RH, lembra-nos que as empresas de hoje são feitas para servir e conseguir sucesso a partir do respeito e valorização das pessoas. Cita grandes empresas bem sucedidas e foi presidente da United, uma rede de supermercados famosa pela qualidade de seu serviço e pelo seu superior desempenho centrado nos seus profissionais colaboradores. Para ele, o gerenciamento de uma empresa de sucesso segue os 4 (quatro) P´s (pessoas-processo-parceiros-performance). E quando uma empresa não enxerga isso, os gargalos nos processos são frequentes, levando todos os stakeholders à insatisfação, à desmotivação e ao consequente turnover e à queda de fidelização de clientes externos.
Um RH bom/boa líder é, geralmente, aquele(a) que é reconhecido(a) pela sua competência (nó cultural, habilidades diversas e atitudes éticas e responsáveis), requerido(a) por seus pares de equipe ou da maioria do universo da empresa. Sendo influente e respeitado(a), sua eleição é acatada pelo(s) dirigentes. Para Andrade; Amboni (2011, p. 203)4, “A liderança não é uma questão de status ou de mera posse de [...] combinação de características.” Tampouco não basta o carisma viscoso que alguém socialmente porta. Completam esses autores: “Parece mais uma relação operacional entre membros do grupo na qual o líder adquire status por meio da participação ativa e da combinação de sua capacidade de levar a bom termo trabalhos [ou problemas] que exijam cooperação [ou solução bem negociada, eticamente bem conduzida].”
Por fim, o RH atual busca no intraempreendedorismo uma competência transcendente: “O engajamento com o negócio da empresa e a busca pela inovação nas atividades ...” (OLIVEIRA apud LAUER, 2012, p. 1). Porém isso poderá não ser viável, se as relações interpessoais na empresa não forem transparentes e dignas de confiança.
Neste seu dia, desejamos aos(às) queridos(as) profissionais de RH, que conquistem o espaço interveniente da relação pessoas→performance da empresa, a partir das boas relações de trabalho requisitadas pelas organizações contemporâneas de sucesso. Parabéns! Valorizem-se mais ainda!
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(1) LAUER, Caio. Quem é o profissional de RH do futuro. Disponível em: <https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/ gestao- rh/mercado-gestao-rh/>. Acesso em: 02 jun. 2013.
(2) KRAMES, J. A. Os princípios de liderança de Jack Welch. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.
(3) SANDERS, Dan J. Empresas feitas para servir. Rio de Janeiro: Sextante, 2011.
(4) ANDRADE, R. B.; AMBONI, N. Fundamentos de administração: para cursos de gestão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.